Rubiaceae

Psychotria tenuicaulis K.Krause

LC

EOO:

2.463.347,094 Km2

AOO:

32,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Acre — nos municípios Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Sena Madureira —, no estado do Amazonas — no município Lábrea —, no estado de Minas Gerais — no município Dionísio —, no estado do Paraná — nos municípios Altônia e Santa Helena —, e no estado de Santa Catarina — no município Pinhão.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de altura não registrada, não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). No Brasil, foi documentada de forma disjunta em Floresta Ciliar e Floresta de Várzea associadas à Amazônia e ao Cerrado presentes em 8 municípios distribuídos pelos estados do Acre, Amazonas, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Apresenta distribuição conhecida muito ampla no Brasil, EOO=2094198 km²e mais de 10 situações de ameaça. Poderia ser considerada Em Perigo (EN) por B2ab(iii), pelo AOO=32 km², e pela degradação de habitat em áreas em que foi registrada e provável declino número de situações de ameaça; porém, não possui especifidade de habitat, e foi documentada em regiões ainda insuficientemente amostradas, o que interfere no valor deste parâmetro e na sua utilização para avaliação do risco de extinção. Ainda, possui registros em áreas onde ainda existem na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino e em áreas protegidas de diferentes esferas administrativas e níveis de proteção. Assim, embora o valor de AOO e padrão de distribuição sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que impactem sua persistência na natureza. Diante deste cenário, portanto, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2003
Quantidade de locations: 8
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 8, 101, 1922.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Amazônia, Cerrado
Vegetação: Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta de Várzea
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Densa Aluvial
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp Forest
Detalhes: Árvore de altura não registrada, ocorrendo na Amazônia e no Cerrado, associada à Floresta Ciliar e Floresta de Várzea (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Psychotria. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB24572 (acesso em 23 de setembro de 2020)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1.3 Agro-industry farming habitat present local high
O Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal nativa, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores que na Amazônia. A proteção atual permanece fraca. As áreas protegidas públicas cobrem apenas 7,5% do bioma (em comparação com 46% da Amazônia) e, de acordo com o Código Florestal brasileiro, apenas 20% (em comparação com 80% na Amazônia) de terras privadas são destinadas a conservação (Strassburg et al., 2017). Como resultado, 40% da vegetação natural remanescente pode agora ser legalmente convertida (Soares-Filho et al., 2014). O município de Santa Helena (PR) possui 33,39% (25200ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de milho, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020a). Os municípios de Altônia (PR) e Santa Helena (PR) possuem, respectivamente, 7,41% (4900ha) e 36,44% (27500ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de soja, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020b). Segundo Fearnside (2001), a soja é muito mais prejudicial do que outras culturas, porque justifica projetos de infra-estrutura de transporte maciço que desencadeia outros eventos que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além do que já é diretamente usado para o seu cultivo.
Referências:
  1. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020a. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: milho, dados de 2018. Santa Helena (PR). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020b. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: soja, dados de 2018. Municípios: Altônia (PR) e Santa Helena (PR). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
  3. Soares-Filho, B., Rajao, R., Macedo, M., Carneiro, A., Costa, W., Coe, M., Rodrigues, H., Alencar, A., 2014. Cracking Brazil’s Forest Code. Science (80-. ). 344, 363–364. URL https://doi.org/10.1126/science.1246663
  4. Strassburg, B.B.N., Brooks, T., Feltran-Barbieri, R., Iribarrem, A., Crouzeilles, R., Loyola, R., Latawiec, A.E., Oliveira Filho, F.J.B., Scaramuzza, C.A. de M., Scarano, F.R., Soares-Filho, B., Balmford, A., 2017. Moment of truth for the Cerrado hotspot. Nat. Ecol. Evol. 1, 0099. URL https://doi.org/10.1038/s41559-017-0099
  5. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38. URL https://doi.org/10.1017/S0376892901000030
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat present local high
O Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal nativa, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores que na Amazônia. A proteção atual permanece fraca. As áreas protegidas públicas cobrem apenas 7,5% do bioma (em comparação com 46% da Amazônia) e, de acordo com o Código Florestal brasileiro, apenas 20% (em comparação com 80% na Amazônia) de terras privadas são destinadas a conservação (Strassburg et al., 2017). Como resultado, 40% da vegetação natural remanescente pode agora ser legalmente convertida (Soares-Filho et al., 2014). Os municípios Altônia (PR), Cruzeiro do Sul (AC), Dionísio (MG) e Sena Madureira (AC) possuem, respectivamente, 36,24% (23974,2ha), 7,81% (68592,5ha), 32,43% (11005,7ha) e 6,41% (152125,3ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Altônia (PR), Cruzeiro do Sul (AC), Dionísio (MG) e Sena Madureira (AC) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
  2. Soares-Filho, B., Rajao, R., Macedo, M., Carneiro, A., Costa, W., Coe, M., Rodrigues, H., Alencar, A., 2014. Cracking Brazil’s Forest Code. Science (80-. ). 344, 363–364. URL https://doi.org/10.1126/science.1246663
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat present regional high
O fogo apesar de estar associado a vegetação de cerrado, têm efeitos danosos sobre as espécies quando sua origem é antrópica (Verdi et al., 2015). Os incêndios com origem antrópica acontecem com frequência, severidade e intensidade muito maior que no passado (Pivello, 2011) e, diferentemente daqueles deflagrados por raios, têm efeitos danosos sobre as espécies, mesmo aquelas adaptadas ao regime de fogo (Kolbek e Alves, 2008, Mistry, 1998, Pivello, 2011, Verdi et al., 2015). Estes incêndios têm iniciado a partir do uso do fogo na agropecuária, em períodos de festejos locais e feriados, queda de balões ou lapsos com cigarros, por exemplo (Coutinho, 1990, Maurenza et al., 2015, Verdi et al., 2015). Contudo, incêndio criminosos são comuns e, em geral, têm sido realizados como uma forma de protesto em unidades de conservação como, por exemplo, o Parque Nacional da Serra do Cipó (Verdi et al., 2015).
Referências:
  1. Verdi, M., Pougy, N., Martins, E., Sano, P.T., Ferreira, P.L., Martinelli, G., 2015. Vetores de pressão que incidem sobre a flora em risco de extinção da Serra do Espinhaço Meridional, in: Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Eds.), Plano de Ação Nacional Para a Conservação Da Flora Ameaçada de Extinção Da Serra Do Espinhaço Meridional. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro, pp. 33–47.
  2. Coutinho, L.M., 1990. Fire in the Ecology of the Brazilian Cerrado, in: Goldammer, J.G. (Ed.), Fire in the Tropical Biota. Ecological Studies (Analysis and Synthesis). Springer, Berlin, Heidelberg, pp. 82–105. URL https://doi.org/10.1007/978-3-642-75395-4_6
  3. Pivello, V.R., 2011. The Use of Fire in the Cerrado and Amazonian Rainforests of Brazil: Past and Present. Fire Ecol. 7, 24–39. URL https://doi.org/10.4996/fireecology.0701024
  4. Kolbek, J., Alves, R.J.V., 2008. Impacts of cattle, fire and wind in rocky savannas, southeastern Brazil. Acta Univ. Carolinae, Environ. 22, 111–130.
  5. Mistry, J., 1998. Fire in the cerrado (savannas) of Brazil: an ecological review. Prog. Phys. Geogr. Earth Environ. 22, 425–448. URL https://doi.org/10.1177/030913339802200401
  6. Maurenza, D., Oliveira, J.A. de, Pougy, N., Verdi, M., Machado, N., Carvalho, I.S.H., Martins, E., Martinelli, G., 2015. Vetores de pressão que incidem sobre a flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol-Francisco Sá, in: Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Maurenza, D., Loyola, R., Martinelli, G. (Eds.), Plano de Ação Nacional Para a Conservação Da Flora Ameaçada de Extinção Da Região de Grão Mogol-Francisco Sá. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro, pp. 33–45.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Lábrea (AM), município da Amazônia Legal considerado prioritário para fiscalização, referido no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 24 de setembro de 2020).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 24 de setembro de 2020).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, Parque Nacional da Serra do Divisor, Parque Nacional de Ilha Grande e Reserva Extrativista do Médio Purús.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.